Old School Gamer

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terça-feira, março 20, 2007

Nada de novo

É assim que vejo, nada de novo quanto à passagem a multiplataformas de jogos outrora exclusivos PS3, nomeadamente Devil May Cry 4, Ace Combat 6 e Monster Hunter 3. Aliás, as notícias divulgadas hoje apenas vêm confirmar algumas das recentes perspectivas que se originaram a partir da nova composição do mercado.
Ponto 1, é um género de jogos que custa vender no Japão, aliás tem sido sintomático produtores nipónicos falarem num emagrecimento e diminuição do mercado, cada vez mais moldado aos non-games que proliferam a um ritmo alucinante. Perante um quadro destes não sobra outra alternativa aos developers senão apontarem baterias ao mercado internacional/ ocidental, muito mais receptivo a este género de jogos, ainda que padecíveis de sequelite. E sabendo-se que a Nintendo tem uma outra acepção baseada no risco e na inovação, até porque a consola situa-se claramente num campo à parte, só a aposta nas duas consolas que disputam a next-gen permite rentabilizar os projectos.

Durante os períodos PSX e PS2 a Sony dominou com maioria absoluta - diria qualificada até - o panorama do mercado das consolas, permitindo que as 3rd partys aliadas a projectos exclusivos pudessem obter somas de retorno superiores, ao invés de uma alternativa dispendiosa que obrigaria multiplicar os custos de desenvolvimento para duas arquitecturas distintas (já deixando de fora a GameCube)sendo que para uma delas, a Xbox, as vendas seriam francamente medíocres.

A presente geração está mais equilibrada que nunca, facilitando a tendência para os jogos multiplataformas. A Microsoft antecipou-se à concorrência ganhando tempo e espaço para garantir confiança e apoio junto dos consumidores, enquanto que o atraso da Sony no lançamento da PS3 associado ao avultado preço da máquina sejam factores que estejam a condicionar a margem de progressão que em gerações anteriores era garantida. Este equilíbrio deixa por isso de ser compatível com o desenvolvimento de jogos 3rd party apenas para uma consola, visto que não se justifica deixar um sector do mesmo mercado sem cobertura. Ainda que haja uma duplicação nos custos, pelas máquinas apresentarem arquitecturas diversas, é seguro que as fontes de rendimento sejam a dobrar, algo cada vez mais compatível com o interesse de muitas produtoras nipónicas que se sentem isoladas pela falta de adesão dos consumidores asiáticos. Só a aposta na ocidentalização das suas produções, permite a certas 3rd partys alcançar os melhores resultados financeiros, indispensáveis para a sua sobrevivência.

O mercado de consolas já mostra resultados de equilíbrio há bastante tempo, percebendo-se facilmente que a hegemonia de anos anteriores de uma só marca já não corresponde à realidade, por isso, só mesmo quem vive na estratosfera ou passa o tempo a ler e tocar piano no fundo do mar dentro de um submarino como fazia o Capitão Nemo nas Vinte Mil Léguas submarinas é que pode ficar espantado com o que se soube neste dia. Mais cedo ou mais tarde, só tinha que acontecer.