Ah Parente!!!!

Ontem, Álvaro Parente o jovem e promissor piloto do Porto, inscrito no campeonato Grand  Prix 2 pela equipa Supernova averbou uma brilhante vitória na sua corrida de estreia, em Montmeló, no circuito de Barcelona. Foi um início de competição fulgurante, sustentado com o segundo lugar na qualificação, tendo durante a corrida, nas 38 voltas, suportado a pressão do repetente Bruno Senna, sobrinho do mítico Ayrton, entre outros candidatos já pilotos de teste de algumas equipas da Fórmula 1. Esta manhã decorreu a prova de sprint e apesar de não ter corrido tão bem como no dia anterior (o Álvaro foi sétimo após uma prova mais conturbada) o nosso piloto continua na frente do campeonato, ex-aequo com o brasileiro Senna. 

São no entanto bons indicadores para uma temporada de estreia. Andar logo nos lugares da frente e conseguir até o lugar máximo do pódio numa corrida disputada com nervos de aço é de grande louvor. O lado mais triste deste fim-de-semana tão positivo para o Álvaro é a pouca ou nenhuma repercussão que o feito está a ter na nossa televisãozinha. Os três canais abertos escusaram-se a comentar ou dar notícia do magnífico resultado, investindo antes nos regulares campeonatos de futebol, jogatanas de fim-de-semana nacional (o pão nosso). Depois é o costume; o cinzentismo, o pessimismo, o défice, a desgraça, os crimes, o regresso do Santana Lopes.

Ontem um jovem intrépido luso voou mais alto, fez subir a mal representada bandeira portuguesa no país ao nosso lado, vizinho, bebeu champanhe da vitória e outra vez, um facto positivo, de esforço, trabalho e dedicação é ignorado pela nossa tristonha comunicação social. O exemplo do Álvaro, o triunfo conquistado, não pode cair no alheamento. Mas cai como milhentos de outros que pouca ou nenhuma visibilidade adquirem.