Old School Gamer

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segunda-feira, dezembro 18, 2006

Leque de opçoes

Já vivemos dentro da quadra natalícia, praticamente faltam 7 dias para o Natal, ultimam-se compras para oferecer às pessoas mais próximas e chegadas, enquanto que os termómetros denunciam temperaturas baixas, queda de neve nos picos e constipações surpresa, como aquela que me assola desde sábado. Mas se há aspectos que me agradam mesmo nesta época do ano uma delas é desde logo a possibilidade de acender a lareira e deixar um bule com água a ferver para tomar um chã bem quente antes de dormir. Também bebo chã no verão por vezes, mas é no Inverno que proporciona outro sabor, ajuda a relaxar e prepara a pessoa para uma noite de sono tranquilo.
Bom, mas não é sobre isso que quero desenvolver neste texto, por isso o melhor é avançar para o tema das consolas disponíveis e não disponíveis neste Natal. Que opções tomar, qual a que apresenta melhor oferta em termos económicos, compensará uma adicional espera por Março de 2007 para alcançar uma PS3?

Esta é uma altura muito voltada à publicidade. Diariamente somos bombardeados com "cartazes" radiofonicos, televisivos e escritos sobre promoções de consolas e jogos. Milhares de panfletos - levem a papelada a reciclar - entopem as caixas do correio só para divulgar que naquele sítio se vende mais barato e se faz uma autêntica promoção. Mas não tanto como aquele erro grosseiro da Fnac que no fim-de-semana último induziu em erro centenas de consumidores que julgavam estar a comprar uma consola PS2 por vinte euros.
No meio de tanta oferta convém separar o trigo do joio, isto por dizer, optar pela consola que realmente satisafaz as necessidades que tem por esta altura. Lá está que comprar uma consola nova envolve sempre alguma ponderação sobre a sua utilidade e jogos a receber pois esta ainda é uma época em que os exclusivos ainda valem pela diferença e a este respeito registe-se o caso de Blue Dragon no Japão.

Vamos então ao concreto. Suponhamos alguém interessado em adquirir uma consola caseira para usar na sala de casa ou no quarto e que está disposto a gastar até 500 euros numa máquina nova com jogos. Que opções lhe dá o mercado?

Nesta altura é praticamente inexequível projectarmos nesta base de análise as consolas Xbox e GameCube. Ambas estão praticamente descontinuadas, poucas lojas as têem para venda e em termos de software os melhores jogos para cada uma já não se vendem e o que sobra integra o stock de liquidação a preços incrivelmente baixos.

Dessa geração, a única consola que ainda tem mercado, uma lista incrível de jogos recentes e até vindouros (que estão para vir) é a PS2. Tem a vantagem do preço rondar os 150 euros com um jogo, pelo que em termos económicos é uma das melhores opções. Se a isso adicionarmos uma base ampla de software com muitos títulos disponíveis a quase um terço do valor que se pedia em datas de lançamento, pode tornar-se num autêntico negócio da china e com esses 500 euros significará ficar com uma ludoteca bastante recheada, composta pelo melhor que a máquina recebeu, mas ao mesmo tempo ficará refém de uma consola que não lhe dará muito mais a partir do verão do próximo ano, altura em que é de esperar um decréscimo abissal na produção de jogos originais para a sucessora da PSX. Mas neste Natal é bem capaz de lhe proporcionar das mais variadas escolhas.

Por outro lado, a next-gen dos gráficos já está no mercado há um ano e se nessa altura não se sentiu tentado pela compra da Xbox360, pode ser que todo este período tenha feito desaparecer algumas das dúvidas que ainda lhe proporcionavam entraves e também tenha ficado a saber que 2007 promete bastante em termos de novos jogos, sequelas bombásticas como Halo 3 e Forza 2. Mas neste momento a máquina já carbura em moldes esperados para uma verdadeira next-gen. Há jogos que fazem realmente a diferença perante os melhores da geração anterior e neles podemos encontrar verdadeiras pérolas como Gears of War, Oblivion, Ridge Racer 6, Viva Pinãta (sauda-se o regresso da Rare aos bons jogos), Rainbow Six: Vegas, Call of Duty 3, etc... Não faltam jogos recentes demonstrativos do potencial da consola, mas também poderá levar para acasa, nalguns casos a preço económico, jogos diponíveis há um ano, aquando do lançamento da máquina como sejam PGR3, kameo, Condemned, entre outros.
Aspecto muito positivo da Xbox360 é o Live, ou seja, o sistema de ligação à internet que lhe permite desfrutar das vertentes online dos jogos com pessoas que tenha adicionadas à lista de amigos ou outras pessoas de todo o mundo. É um sistema muito bem conseguido, já existe em Portugal e torna todo o processo de registo a efectuar de modo mais simples.
No caso da Xbox 360 os quinhentos euros podem e devem ser utilizados na versão Premium pack. De longe é melhor que a Core pack por incluir o disco rígido de 20 gigas indispensável para usufruir plenamente do serviço de acesso á internet, comando wireless - acredite que quando o experimentar sentirá toda uma diferença para melhor - headset para estar em contacto via voz mesmo quando estiver em competição e ainda um mês gratuito de Live, possibilitando-lhe para além dos jogos a hipótese de descarregar demos ainda por estrear no mercado ou pequenos mini-jogos que completam o serviço Live arcade.
A core pack ser-lhe-á mais barata caso não pretenda usufruir destas vertentes. Poderá comprar mais alguns jogos embora fique limitado à sua estrutura e composição em single player. Em termos práticos o Live corresponde a um incremento substancial, quase numa relação de todo um novo para descobrir naquilo que vinha de single player. Como o anúncio das pilhas duracel neste caso é mesmo: e dura, e dura, e dura.
E caso tenha alguma consola em casa, se já nem lhe dá uso, como uma PSX, leve-a a uma Media Markt e por 279 euros ficará com a versão Premium da consola Xbox 360, tendo o resto para gastar em jogos, pontos de aquisição para mini-jogos arcade e subscrições ao Live por períodos variáveis entre 3 ou 12 meses.
Fora essa promoção poderá levar a consola com mais um ou dois jogos, mas aí convirá fazer as contas.

Outra opção ao dispor desde 8 de Novembro é a inovadora Nintendo Wii, congregadora de uma nova forma de jogar e aceder aos vídeojogos. Esta é uma opção que deverá tomar depois de se informar melhor sobre as características da consola e fundamentalmente depois de experimentar o inovador wii remote. Quanto ás especificidades da consola, a Nintendo não as adiantou, mas estima-se que seja uma GameCube com turbo, com outra palestra, mais evoluída.Em termos de contribuição para o grafismo, não chega ao nível das rivais Xbox 360 ou PS3, mas sendo intenção da Nintendo registar um novo domínio na interacção com os jogos o essencial tem de passar forçosamente pelo wii remote. É algo que salta à vista e fica patente no grande jogo de Inverno que acompanha a consola: Zelda Twilight Princess. Na caixa a consola já acrescenta o jogo Wii sports composto por muitos mini-jogos de diversas áreas; desde o bowling, tenis, basebal, golfe, etc.
A diferença em apostar na Wii perante a Xbox 360, por exemplo, é que o futuro ainda permanece uma incógnita, não obstante o desenvolvimento de alguns jogos de "third partys" de renome, e outros já concluídos como Red Steel, Rayman. Sente-se nalguns destes casos que falta aperfeiçoar o sistema e estrutura de jogo. Durante anos os jogos foram criados exclusivamente para um pad, cuja estrutura estava algo assente e não obrigava a dispender grande tempo nessa composição. O Wii remote acrescenta um desafio adicional no desenvolvimento de um jogo e só com insistência e prática poderão os developers tornar exequíveis as suas melhores ideias.
É um facto que a consola acabou de chegar ao mercado e seria algo injusto pedir já grandes resultados. Por agora e caso tenha uma família adaptada a desfrutar de um controlo remoto suplementar, leve para casa o Zelda TP, compre mais dois ou três wii remotes para os quais os quinhentos euros deverão bastar. 250 euros talvez seja acima do desejável para a Wii, mas o divertimento e as horas de boa disposição que lhe garantem compensarão o gasto.
Não esquecer que o serviço online (wii Channel) é (por enquanto) limitado à visualização de certos canais, troca de Mii's (seu perfil), mensagens e download de jogos de consolas antigas como N64, Mega Drive, SNES, NES, tudo isso dentro do Virtual Console. Todavia é um serviço que se espera seja melhorado nos próximos tempos e que possam futuros jogos beneficiar de componentes online mais alargadas.

Para último fica a consola que ainda não chegou ao mercado, mas que lhe dificulta e afecta as decisões a tomar neste curto espaço de tempo. A PS3 já está disponível no mercado asiático e norte-americano, mas só chegará à Europa em Março próximo. A Sony já aguçou o apetite pela PS3 ao possibilitar o registo da identificação de jogador, que possibilitará posteriormente aceder ao serviço de internet e utilizar nos jogos que se sirvam dessa componente. Mas na semana passada outra notícia deixou os europeus desgostosos: a versão de 20 gigas de disco rígido, cujo preço se estimaria nos 500 euros, não deverá estar disponível na ocasião programada para lançamento. Assim, só teremos disponível a versão que traz um disco de 60 gigas, mas em contraponto é mais custosa, atirando o preço final da consola, acompanhada pelo moderno SIXAXIS, para valor acima dos 600 euros. É certo que o disco é uma mais-valia e se consideramos que a Microsoft vende avulsamente para a Xbox 360 um disco de 20 Gigas por 100 euros, é possível considerar que para a PS3 há um ganho de 100 euros. Contudo não deixa de ser um valor alto para o que é comum numa consola e apesar da contribuição que dará em torno da evolução gráfica e da experiência de jogo alterada e até inovadora por via do Sixaxis em jogos como Lair nem todos estarão de acordo em gastar tanto dinheiro numa consola. É verdade que ao contrário do vaticinado por muitos na E3 de 2005 que projectavam não existir correspondência entre os vídeos apresentados no decurso da feira e o resultado final, certo é que tende a haver algum equilibrio. Jogos como F1 2006 e Motorstorm apresentam resultados muito satisfatórios e mesmo com o traquejo já dispendido no tempo de desenvolvimento, é de crer que títulos futuros estejam com melhor aspecto visual e possam atingir as teses polémicas de Ken Kutaragi.
Mas pondo de parte esses aspectos da "true next gen" ou "quarta-dimensão" certo é que há novos jogos originais para a PS3 como Motorstorm, Lair, Resistance, Blast Factor, Flow, até Eye of Judgement que se espera estarão disponíveis por alturas do lançamento. E sempre sobram sequelas apelativas como um novo capítulo de Metal Gear Solid, Devil May Cry, um PES criado de raíz, novo Gran Turismo e outros.
Desta última opção resta a garantia de bons jogos a usufruir logo no lançamento, garantia de uma certa continuidade nos tempos imediatos e também a longo prazo. A Sony ainda é líder de mercado no que respeita a consolas caseiras e fará valer esse estatuto junto das fontes internas e próximo das empresas que capitalizam e arriscam muito do seu capital. Esta geração de consolas está muito mais dinamizada e com menos assimetrias, mas também não é em poucos meses ou no período de um ano que se poderão firmar as diferenças entre cada uma das ofertas de mercado para consolas caseiras. É prematuro e arriscado concluir qual das três terá sucesso daqui por cinco ou seis anos.
Mas voltemos à questão inicial: com quinhentos euros no bolso compensará a espera pela PS3? Bem, já se sabe que não compensará. 500 euros não bastam e nem daria para um jogo caso a versão 20 gigas estivesse disponível. Mas até Março ainda vão 3 meses e nesse tempo poderá alargar a quantia afecta à consola.
Não considerando a PS3 e pensando no imediato, há opções das mais variadas e será importante pesquisar as promoções, embora seja exigível olho vivo nessas pesquisas. O que quer que decida, e seja qual for a consola que venha a escolher para se enterter neste Natal enquanto faz frio lá fora, tome a decisão em concrodância com a sua preferência, especiamente depois de experimentar esses produtos.