Old School Gamer

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quarta-feira, abril 25, 2007

Motorstorm - review e vídeo

Motorstorm é definitivamente um dos jogos incontornáveis do lançamento PS3. Seja-se ou não adepto de jogos de automóveis, Motorstorm não é um simulador nem um jogo exigente ao ponto de ser capaz de exigir grande tempo de adaptação. Em vez disso apresenta uma simbiose de aspectos realistas e de estilo arcada que farão com que qualquer pessoa dê uma esperitadela e queira jogar nele um bom pedaço.

Se Motorstorm fosse traduzível num qualquer desporto automóvel, seria um tipo de prova que abarcaria uma mistura explosiva de Motocross, Ralicross, TT e Paris Dakar, só que sem regras e disciplina, onde é possível atirar o adversário borda-fora, tendo o carro equipado de turbos e nitros para a sensação de máxima velocidade... e risco.

Um dos grandes méritos e nota dominante no jogo é a física e dinâmica empregue nos veículos em conformidade com o tipo de terreno que servirá de cenário. Mas antes disso convém saber que o jogador, de início, tem ao seu dispôr uma série de veículos como as motas, as ATV's (vulgo quads), os buggies, os carros de rally, os camiões de corrida (do género Touareg do Carlos Sousa), os mudpluggers (mais lentos mas com rodas enormes) e os sempre colossais e vantajosos big rigs que esmagam tudo o que passar pela frente.

Em paralelo com o número de veículos admitidos, há 8 pistas susceptíveis de pleno estudo e adaptação. Vistos assim os números até se poderá pensar que são poucas pistas e logo que o seu percurso esteja memorizado o interesse fica desvanecido. Mas não é bem assim, precisamente porque cada pista apresenta percursos alternativos, desde pontos mais altos que obrigam a passagens perigosas até tipos de terreno diferenciados como partes sujeitas a lama, pedra, terra batida e cascalho. Estas características exigem uma perfeita adequação do veículo para se chegar à frente em primeiro e vencer as provas, algo que é determinante no modo single-player para acumular convites para novas provas, e nesta cadeia tipo bola de neve, obter veículos mais rápidos.

A dinâmica dos veículos em pista é um dos pontos altos do jogo e aqui nota-se que a Evolution Studios trabalhou muito este aspecto ao ponto de a condução ser totalmente diferente do que nos foi dado a conhecer pela série WRC ao longo dos últimos anos. É bastante realista na forma como se emprega a abordagem às curvas, à colocação de tracção numa saída de curva, às derrapagens, às irregularidades do terreno, a um salto mal calculado. Imensos factores que condicionam e perturbam o normal desenrolar de uma corrida. Neste caso o tipo de veículo escolhido para "passear" num dado piso será fulcral para deixar a concorrência para trás, embora uma boa dose de risco esteja sempre à espreita quando a escolha recai sobre uma mota para aproveitar as inúmeras possibilidades de saltos loucos e velocidade frenética. Já os big rigs e mudpluggers adoram chafurdar na lama. Talvez a fórmula de sucesso esteja na sensação de peso que está em cada veículo, tornando a condução mais vulnerável e sempre perigosa quando se puxa aos limites. Mas o que daqui resulta é uma multiplicação de géneros de corrida, distinguindo quase sempre uma da outra, algo que faz acrescer o interesse pela adaptação aos vários pisos, tanto mais que em single player os desafios são de uma grande variedade raramente sendo percorrida uma pista com a mesma classe de veículos.

Outro aspecto de relevo é que a passagem da caravana pelo circuito altera a fisionomia da pista, desde os regos que se vão abrindo em certas fazes do percurso, até outros objectos que são arremessados para as bermas ou meio do traçado, sendo fonte de perigo para veículos mais contingentes como as motas ou ATV's.

Visualmente é um jogo espantoso, sente-se que há muitos aspectos de true next-gen aqui presentes como a sensação de profundidade e capacidade de manter o detalhe. Os veículos estão muito detalhados, ficam sujos de lama e pó, descaracterizados após os acidentes, perdem partes e pedaços da estrutura até um momento em que rebentam vistosamente, momento que geralmente é captado por um slowdown ao jeito dos aparatosos acidentes de Burnout. Saltam salpicos de lama para o ecrã quando se conduz atrás de uma viatura mais potente numa parte pantanosa, levanta-se muita poeira que evita a visibilidade quando em percursos de terra batida. Imensos pormenores que um olho atento não deixa de reparar.

A inteligência artificial está melhorada e na parte final do modo single player há momentos de verdadeira frustração quando não se ganha uma corrida por uma unha negra. Se de início os adversários são complacentes e toleram as ultrapassagens, quando é atingido o último quarto do jogo, os oponentes fazem de tudo para travar a progressão do nosso veículo, mesmo que eles fiquem prejudicados. E se numa corrida participam entre dez a a quinze carros em simultâneo, tanto podemos num curtíssimo espaço de tempo alcançar a liderança da corrida como num momento de fraqueza perder um duelo e sermos de imediato relegados para a posição de lanterna vermelha. De cerrar os dentes não duvidem.

A música é um aditivo, funcionando como incremento para o género impiedoso das corridas, com temas adquados à mosh. No entanto será melhor regular as opções músicais já que por definição o som dos temas musicais tem mais relevo que o ruído dos motores dos veículos.

Entre os aspectos menos conseguidos e que merecem obervação para evitar na futura sequela, desde logo um naipe maior de opções para o modo single-player. Isto porque ter apenas um acervo de vinte bilhetes (cada um com três corridas em média) de torneios é algo que para muitos se completará em poucas semanas. Poderiam juntar um time-attack ou criar outras corridas com regras distintas que não a da habitual classificação geral.
Por outro lado, é interessante escolher os carros num quadro onde eles são visíveis em três dimensões, tal qual na pista, mas os pesados tempos de loading perdidos numa simples operação são exagerados e poderiam ter sido evitados.
Falta ainda um modo split-screen, sempre interessante quando algum amigo nos visita e queremos dar uma "coça" a alguém que está mesmo ao nosso lado.
Poderia ser acrescentada outra profundidade às corridas desenroladas à noite, através da iluminação artificial colocada nos veículos.

O modo online também merece alguns reparos, não obstante o prolongamento do divertimento patente no modo single-player. Assim, o jogador vê-se muitas vezes relegado a compassos de espera prolongados enquanto espera pelo desenrolar da corrida na lobby area. Alguns erros ainda são frequentes (alguns irritantes como o apagamento do cartão online), mas regra geral são raras as situações de lag, facilitando o normal desenrolar das corridas. Mas também neste modo de jogo faltam opções de jogo sem ter que constantemente lutar pelo lugar máximo do pódio.

Motorstorm é um dos melhores jogos de corridas da actualidade, um título incontornável na forma como soube evoluir a dinâmica dos veículos perante a diversidade e agressividade dos pisos a que fica sujeito (um exemplo indispensável a seguir para os jogos que se candidatam a licenças como Dakar ou TT). Mas a falta de mais opções de corrida, compassos de espera excessivos e alguns erros no modo online não permitem consolidar este jogo como perfeito. Mesmo assim um jogo extremamente produtivo para o fim a que é destinado, e um dos melhores de 2007.

Fica aqui também um vídeo com vários extratos de algumas corridas


2 Comments:

At 8:57 da tarde, Blogger Alarka said...

Há que dar valor ao facto do jogo tar com vozes em português, mas mete um bocado de nojo ouvi-las, imo. lol

 
At 9:16 da tarde, Blogger bravojohny said...

Eu acho que até ficou uma boa adaptação. Mas pronto, isto também pode ser do hábito de geralmente ouvirmos em inglês e fica assim a soar algo estranho quando num videojogo se fala em português. Vá lá que não escolheram o português do Brasil e pelo menos não se faz como aqui ao lado, em Espanha, onde se traduz tudo e mais alguma coisa e sempre com o mesmo tipo de voz à la antigo canal 18, lol.

 

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