Old School Gamer

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quarta-feira, setembro 20, 2006

No decurso da conferência da Sony na E3 deste ano espelhava o plano para lançamento global da consola PS3. Assumida a coexistência de dois packs PS3, um com 60 GB de disco e outro com 20GB, a intenção era disponibilizar a consola no Japão a 11 de Novembro, seguindo-se os EUA e Europa a 17 de Novembro. Em seis dias uma peça de hardware seria posta à venda nos principais mercados. Porém, concretizou recentemente a Sony, que a Europa afinal só para Março de 2007 - e esta data ainda por confirmar - poderá aceder à sucessora da PS2. Na causa desta promessa quebrada estará a dificuldade na produção dos "blue laser diodes", uma componente do leitor de blue-ray, que estará a pôr em causa a quantidade de máquinas disponíveis para venda. A organização de um processo de distribuição à escala mundial exige grande inter-dependência relativamente às produtoras de componentes não desenvolvidos pelas marcas. Não é seguramente esse problema neste momento, mas alguns problemas com o Cell serviram para fundamentar algum atraso quanto às datas de lançamento. A organização de um planeamento de vendas exige meses de preparação e estudos prévios e localizados também pelos moldes de produção, bem como fábricas apetrechadas e preparadas para a produção em larga escala de um novo sistema. A Microsoft bem que pode arriscar alguma falta de modéstia neste âmbito por ter sido capaz de em poucas semanas fazer chegar aos três mercados quantidades suficientes para mostrar as potencialidades da Xbox 360 ainda que a produção do sistema tenha arrancado 69 dias antes de 22 de Novembro de 2005, a data de lançamento nos EUA. Mas também foi generalizado o desapontamento global. As quantidades oferecidas não chegavam para a procura e se a produção até ao Natal e para além deste não foi suficiente para dar tamanho recado, muitos tiveram de aguardar penosamente por uma oportunidade aceitável de aquisição fora das vias de enriquecimento sem causa que ebay´s e outros leilões propugnavam. Por sua vez, a Sony já rematou que em Novembro disponibilizará 400 mil consolas para o mercado americano e 100 mil para o mercado japonês. É um facto que se trata de quantidade superior à disponibilizada pela Microsoft no ano anterior,enquanto que não deixa de ser um número desmontável por comparação com a quantidade afecta ao mercado japonês. Em termos de visibilidade o mercado americano assume grande importância em vários níveis. É fundamental pelos tops de vendas permitindo avaliar, por consequência, a boa receptividade de um sistema - como a Sega que sempre sofreu à custa do fraca adesão dos americanos - e sabendo a Sony que 400 mil unidades deverão esgotar numa questão de dias, a imagem de stock esgotado em casa do adversário dá sempre alento para o futuro, com a chegada de novas fornadas, enquanto reabre boas perspectivas para os mercados a oriente. Atirar 100 mil unidades para o mercado japonês não é redutor nem se torna no principal desafio à Sony. Sabe-se da péssima ou ausente prestação da Microsoft, pela cabeça já rolada do seu chairman para as vendas no mercado asiático, de modo que o principal confronto se antevê no mercado americano. Retirar quotas de vendas deste hemisfério para a europa em nada reduziria a falta de stock suficiente para as quantidades pedidas, a que preço for, enquanto enfraqueceria o outro lado, o mercado norte-americano, preferencialmente, onde o seu opositor congrega melhor imagem. Canalizar 400 mil consolas é revelador de uma via possível de embate para com o principal adversário. A tentativa de assegurar uma boa imagem nas primeiras semanas poderá catapultar a PS3 para novo êxito ainda que na Europa o descontentamento pela espera até Março seja um espinho por remover.